Estamos em outubro, mês em que é celebrado o Outubro Rosa, campanha de conscientização com o objetivo principal de alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.
No Brasil, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama ocorrem desde 2002, mas foram instituídas por lei federal apenas em 2018. E, a partir de 2011, ocorrem campanhas sobre o câncer de colo do útero em diversos estados. A publicidade adotou o tom rosa como motivador das campanhas.
Durante este mês, diversas instituições públicas e privadas disponibilizam exames gratuitos ou com preço reduzido, a fim de encorajar as mulheres a realizar esses exames e tratar qualquer problema encontrado precocemente, visto que, nos estágios iniciais, o câncer de mama é assintomático e responde muito melhor aos tratamentos.
A enfermeira Katia Marx, associada da Unitec, traz a informação de que o câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres do mundo inteiro, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma. De todos os novos casos a cada ano, cerca de 25% são câncer de mama.
“O Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem altas chances de cura quando descoberto cedo. Mesmo assim, grande parte dos diagnósticos acaba sendo tardio. E embora a camapnha seja focada no câncer de mama, muitas instituições aproveitam o mês também para falar sobre outras neoplasias que podem ocorrer no aparelho reprodutor feminino, como o câncer de ovário ou do colo do útero”, acrescenta.
Fatores de risco para o câncer de mama
O câncer de mama é o segundo câncer que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete o tecido mamário e aparece quando há uma mutação genética em alguma célula, que causa a multiplicação desenfreada de células anormais. Tal multiplicação forma um tumor que pode crescer muito rapidamente, mas também pode ter um curso lento.
“Alguns fatores podem influenciar as chances de desenvolver o câncer, como ter menstruado precocemente, não ter filhos, ter engravidado pela primeira vez após os 30 anos, não ter amamentado, ter feito reposição hormonal, entre outros. Fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida, como a obesidade, a exposição frequente à radiação, sedentarismo, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e casos na família também são fatores de risco para a doença”, destaca Katia.
A importância da mamografia e do autoexame
Para que haja maiores chances de cura, o tumor deve ser identificado precocemente. Exames como a mamografia, que deve ser feita frequentemente a partir dos 40 anos, são imprescindíveis para a descoberta de um câncer que pode ser tratado rapidamente.
“Na mamografia, o câncer pode ser detectado em suas fases iniciais, antes mesmo de apresentar qualquer sintoma. Isso porque utiliza a radiação para conseguir criar imagens de dentro da mama, podendo revelar a presença de tumores ainda muito pequenos”, explica a enfermeira.
“E apesar do autoexame das mamas ser muito divulgado, ele detecta alterações em estágios mais avançados, geralmente maiores que dois centímetros, enquanto a mamografia é capaz de detectar alterações e tumores menores que um centímetro, em estágios mais iniciais, aumentado as chances de cura. Por isso, o autoexame não dispensa a mamografia, que é uma radiografia das mamas capaz de detectar alterações precoces”, enfatiza Katia.
O exame realizado como método preventivo deve ser feito a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos de idade, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ou anualmente a partir dos 40 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. “É importante ressaltar que algumas mulheres que se encaixam entre os grupos de risco, tendo maior predisposição, necessitam realizar o exame com mais frequência ou em idade mais precoce”, alerta.
Passo a passo do autoexame das mamas
Embora a mamografia seja o método mais indicado para detectar o câncer, o autoexame também é importante. Conforme Katia, o autoexame deve ser feito uma vez ao mês, cerca de três a cinco dias após o primeiro dia de menstruação, pois nessa época a mama está menos inchada e dolorida, facilitando a detecção de qualquer alteração.
Já nas mulheres que não menstruam mais, o exame deve ser feito em uma data fixa todo mês. “O exame precisa ser feito sem blusa e sem sutiã, para que não haja interferência do tecido, preferencialmente em frente ao espelho ou deitada, buscando a presença de caroços, alterações na pele ou no bico do seio, secreções das mamas ou saliências”, ressalta.
Katia orienta os passos para fazer o exame:
Na frente do espelho
1. Com os braços caídos e relaxados, observe os seios;
2. Levante os braços e observe-os novamente;
3. Coloque as mãos na cintura, fazendo pressão, e observe-os mais uma vez.
“Estas três maneiras de observar os seios servem para perceber se há alterações visualmente perceptíveis, como diferenças no tamanho, forma e cor das mamas, além de inchaços, depressões na pele, saliências ou rugosidades”, diz.
Palpação
1. Levante o braço esquerdo, colocando a mão para trás da cabeça;
2. Com a mão direita, apalpe cuidadosamente a mama esquerda, fazendo movimentos circulares, convergentes para o mamilo, para cima e para baixo;
3. Pressione o mamilo suavemente;
4. Repita o processo na mama direita.
“A palpação deve ser feita com os dedos das mãos juntos e esticados, com movimentos circulares e de cima para baixo em toda a mama, indo em direção às axilas. Depois, é indicado pressionar o mamilo para conferir se não sai nenhuma secreção. Se você sentir alguma coisa diferente, confira se não há a mesma coisa na outra: às vezes os seios possuem algumas texturas que confundem, mas se estiver presente nas duas mamas, provavelmente não é nada com o que se preocupar”, afirma.
Sintomas além do ‘caroço’
Sentir um nódulo nas mamas é o que muitas acreditam ser o único sinal do câncer de mama. Embora a doença seja geralmente assintomática nos primeiros estágios, enquanto o tumor é pequeno, à medida em que o câncer se desenvolve vão surgindo outros sintomas, de acordo com a enfermeira.
Ela cita as alterações no formato ou no tamanho da mama; pele com aspecto anormal, semelhante à casca de laranja; vermelhidão, calor e dor no caso de câncer de mama inflamatório; feridas e crostas na pele do mamilo (bico do seio); inversão do mamilo/mamilo afundado; e liberação de secreções ou sangue pelo mamilo.
“O Outubro Rosa, atualmente, é uma ação mundial e de grande impacto, que leva informação, assistência e amparo às mulheres, de modo a prevenir, tratar e acompanhar cada caso. Estudos mostram que mulheres que enfrentam a doença com fé e otimismo respondem melhor ao tratamento. Junte-se à causa e ajude mais mulheres a terem essa consciência”, finaliza Katia.
Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação