há 4 anos

Entrevista com a Psicóloga Arlete Salante - Março 2021

Entrevista com a Psicóloga Arlete Salante - Março 2021

- Como a pandemia impacta mais a vida das mulheres na sua experiência clínica?

O impacto é de uma sobrecarga que chega a gerar esgotamento físico e psicológico. Desde o início da pandemia, há um ano, praticamente todos os dias trato desta realidade no consultório. Isso porque a realidade do homeoffice exige que as mulheres adequem a realidade profissional no ambiente doméstico onde, muitas vezes, os filhos estão em aulas on-line, um enorme malabarismo quando se juntam as tarefas domésticas e o estresse de todos restringidos do convívio social.

Além disso, existe a necessidade de celulares ou notebooks para todos, o que - para muitas famílias - é um gasto extra diante de um momento em que também a renda familiar diminuiu. O impacto da perda ou diminuição dos recursos econômicos torna-se um fator de sofrimento e até de desgaste nas relações familiares.

 As crianças estão em fase escolar e trazem as exigências da escola que, por sua vez, delega aos pais acompanharem as tarefas, o que resulta em uma imensa sobrecarga às mulheres. A figura paterna, quando existe, ainda se coloca na posição de ‘ajuda’ em alguns casos, mas é sabido que a tendência dos homens é de uma não divisão justa das tarefas domésticas e da atenção aos filhos e os deveres escolares, salvo exceções.

O machismo estrutural também faz com que muitas mulheres assumam todas as responsabilidades. Em parte porque foram educadas assim, mas também porque não têm no companheiro um parceiro que assume junto as tarefas e as atividades rotineiras do ambiente doméstico e da educação dos filhos. Lamentavelmente, além das mulheres estarem sobrecarregadas com excesso de demandas familiares, pelo exemplo, acabam educando seus filhos na mesma perspectiva: tudo de casa é por conta das mulheres.

- Quem é a mulher de hoje?

É difícil definir uma mulher porque são infinitas as realidades de cada mulher, em especial porque é um período de grande transição social.

Todavia, a realidade é que percebo muitas ‘acordaram’ em parte, e isso também gera certo sofrimento, porque quanto maior a lucidez, mais se percebe a própria necessidade de mover-se de forma diferente para ganhar sua liberdade existencial, e o apoio social para isso ainda é raro. Porém, as mulheres que decidem se desenvolver colhem grandes satisfações e expandem sua condição feminina com dignidade. Percebo também muitas mulheres jovens sofrendo tanto o peso da cobrança que vivem como a própria aquela realidade que foi introjetada porque estão refém da força da cultura machista que engessa e limita.

- Com todas as conquistas nos últimos anos, sabemos que ainda muitas precisam “se encolher”, “diminuir seu poder” ou, então, “que não são nada”, se não tiverem um homem ao lado de delas”. O que você tem a dizer para estas mulheres?

O que eu tenho a dizer é que falta a cada uma delas sair da própria sombra e encontrar a sua luz. A insegurança é uma desonestidade para consigo mesmo porque faltou o trabalho interno de enfrentamento.

Todos os meus estudos me levam a realizar uma psicoterapia que sabe lidar com as profundas questões de gênero e traz uma libertação psicológica, porque a prisão está dentro de cada mulher que precisa ressignificar suas amarras. Vejo os resultados que obtenho como uma porta que abre a psicologia feminina e ilumina a força que existe em cada pessoa que aceita o processo com honestidade.

O habitual são mulheres que têm este discurso ficarem se vitimizando, sendo as tarefeiras sem receber a contrapartida da vida. Para se trabalhar em psicoterapia é preciso coragem e perseverança para sair destes discursos fracassados.

 - E sobre a busca incessante para acompanhar o `padrão de beleza` imposto pela sociedade, como isto pode afetar a nossa saúde mental?

Entendo que não é a imposição social que afeta a saúde mental gerando obsessão por uma certa imagem, mas algo da própria condição psicológica de cada mulher, como uma insegurança, uma falta de saber sobre quem realmente ela é e, por isso, algumas focam excessivamente na imagem. Enquanto isso, estão encobrindo as suas lacunas reais. Em psicoterapia trabalho os aspectos que geram estas distorções de realidade.

A busca por alcançar um padrão de beleza também vem conforme 'as outras'. Este hábito tem sua origem nas tradicionais comparações que ainda algumas (senão muitas) mulheres fazem.

Na live do dia 1º de março, que está disponível no meu canal no Youtube, eu abordei este tema também. Aproveito aqui para divulgar o Canal Arlete Salante Psi na Prática, que sempre tem conteúdo que eu produzo. Basta as pessoas se inscreverem no canal e acionarem a notificação que serão informadas quando outro vídeo for lá postado.

- Por que muitas mulheres ainda não se alegram com as conquistas e o sucesso de outras mulheres?

Verdade, há muitos aspectos da psique feminina desde a primeira infância que permanecem na adolescência e na vida adulta que geram a inveja feminina. São “nós emocionais” não resolvidos e também a manutenção de padrões culturais que fazem as mulheres se sentirem inseguras diante do sucesso daquelas que puderam romper com o comodismo destes padrões.

É uma realidade difícil, sinto na pele isso, e percebo que aquelas mais inteligentes se abrem. Mas aquelas mulheres que já estão rígidas dentro de si, logo fazem oposição pelo aprisionamento aos seus estereótipos, não se permitem ampliar o olhar sobre si, são severamente críticas as outras. Logo, por não conseguirem fazer a própria vida avançar, se incomodam com o sucesso das outras, aparece uma pontinha de inveja, como a ponta de um iceberg, mas que, no fundo, há uma enorme dor a ser tratada; há uma prisão que não permite que ela mesma avance.

- Como podemos mudar esta cultura?

Avalio que o diálogo aberto sobre o tema é fundamental porque possibilita que cada mulher reveja a sua postura diante das outras. É óbvio que quando uma avança todas ganham.

 Outro aspecto é o autoconhecimento: quanto mais cada mulher se conhece, reconhece também suas potencialidades e pode seguir adiante. Isso o trainning de psicoterapia que eu trabalho permite, porque encontra-se no processe de psicoterapia sua verdadeira identidade existencial.

- Como a mulher pode ser protagonista de sua própria história?

Conhecendo o seu verdadeiro projeto existencial, sem saber o sentido, não há direção clara. Não basta saber a vocação profissional se antes não enfrentar os próprios medos e os estereótipos que a fazem errar e reproduzir a constante autossabotagem diante das oportunidades.

 

Psicóloga Arlete Salante - CRP 07/22612

Doutoranda em Psicologia na UCES- Buenos Aires -AR;

Pós-graduanda em Ontopsicologia - pela Antonio Meneghetti Faculdade- RS.

MBA - Business Intuition , pela Antonio Meneghetti Faculdade -RS.

Especialista em Psicologia Clínica pelo Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília-DF,

Especialista em Política e Gestão de ONGs pela UNB- Brasília-DF

Psicóloga, psicoterapeuta, e consultora empresarial.


há 4 anos

Projeto de controle biológico em culturas é lançado pela Unitec

Projeto de controle biológico em culturas é lançado pela Unitec

A Cooperativa de Trabalho dos Técnicos do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unitec) inova e lança mais um serviço: controle biológico de lagartas e percevejos em culturas regionais.

O projeto tem como objetivo reduzir custos de aplicação de inseticidas nas culturas, garantindo a sustentabilidade da produção das diversas culturas de grãos e pastagens cultivadas. O responsável pelo projeto, engenheiro agrônomo José Álvaro Pacheco, explica que este trabalho visa a utilização de insetos entomófagos, ou seja, parasitoides de insetos pragas que causam danos econômicos para as culturas de importância econômica.

“Estamos trazendo para a região uma forma inovadora de monitorar e reproduzir o inimigo natural: a reprodução on farm, que permite que o produtor reproduza seu próprio inimigo natural no momento que ele necessita, não dependendo das biofábricas, que atualmente estão longe das propriedades”, acrescenta Pacheco, que é associado da Unitec.

O projeto está sendo desenvolvido pela equipe técnica da Unitec, em parceria com a Usina de Produção de BioInsumos da Setrem, que tem como responsável a Drª Cinei Teresinha Riffel, entomologista, que ofertará os ovos do hospedeiro (substrato) do parasitoide. “Este é um serviço que será oferecido aos produtores, com acompanhamento técnico desde o monitoramento das lavouras, por meio de batidas de pano ou utilização de iscas com feromônios, distribuídas estrategicamente nas lavouras, a fim de identificar tanto os insetos presentes como seu nível de infestação e, assim, caso necessário, fazer a distribuição dos parasitoides visando o controle da evolução dos insetos pragas”, afirma Pacheco.

O engenheiro agrônomo esclarece que, quando houver a necessidade da dispersão dos parasitoides, serão utilizados drones dotados de dispersores calibrados, para as doses recomendadas em cada caso. “O drone utiliza georreferenciamento e câmera de vídeo que pode fazer imagens da lavoura ao mesmo tempo que está fazendo a dispersão dos ovos dos parasitoides.”

Segundo o cooperado, este trabalho irá reduzir custos de aplicação, evitar perdas por amassamento nas lavouras, além de retirar do tanque de pulverização os inseticidas, que muitas vezes podem causar problemas de antagonismos, quando aplicados juntos com os fungicidas e outros produtos adicionados. “Certamente este fator poderá melhorar a eficiência das preparações de caldas e potencializar o princípio ativo dos demais produtos. Além disso, destaco que um dos pontos importantes deste trabalho é voltarmos a exercitar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) nas lavouras, prática abandonada por muitos produtores, mas que garante um melhor equilíbrio dos agroecossistemas e reduz custos de produção”, finaliza.
 

Texto e foto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999


há 4 anos

Associada da Unitec realiza live com o tema ‘Mulher e dinheiro’

Associada da Unitec realiza live com o tema ‘Mulher e dinheiro’

Nesta segunda-feira, 15 de março, a psicóloga Arlete Salante, de Três de Maio, realiza uma live sobre o tema ‘Mulher e dinheiro’, em seu perfil no Instagram (@arletesalante).

O bate-papo on-line inicia às 20 horas e contará também com a participação de Ana Pregardier, escritora e educadora financeira.

Arlete, que é associada da Cooperativa de Trabalho dos Técnicos do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unitec), está realizando diversas lives neste mês de março, em comemoração do Dia Internacional da Mulher, a fim de levar informação e conhecimento para as mulheres.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Imagem: Divulgação


há 4 anos

Mulheres empoderadas constroem sua história!

Mulheres empoderadas constroem sua história!

Para você, mulher, que quer se capacitar, buscando o desenvolvimento de habilidades e competências de gestão, trazendo para o seu negócio maior eficiência e resultados positivos, a Cooperativa de Trabalho dos Técnicos do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unitec) tem o curso ideal: ‘EmpoderAgro com elas: a mulher construindo sua história!’

Destinado para produtoras rurais, empresárias, autônomas e demais interessadas ligadas ao agronegócio, o curso é ministrado pela associada Izabel Cristina Dalemolle e objetiva que as participantes entendam e aprimorem os conhecimentos sobre os processos de gestão da propriedade e de relacionamento pessoal, além de desenvolver a capacidade de conduzir as mudanças necessárias para edificar os negócios da empresa familiar.

“Historicamente, no desenvolvimento da humanidade, as mulheres tiveram que criar e impor a sua liderança por habilidades e competências ligadas ao relacionamento. Desenvolveram a capacidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo, posicionando-se como profissional multifacetada, e ainda mais atenta aos detalhes, o que minimiza o índice de erros. As mulheres, mesmo diante de situações complicadas, possuem um forte equilíbrio na condução e elaboração de estratégias nas organizações”, contextualiza Izabel.

A profissional acrescenta que, tendo em vista esta evolução, as mulheres precisam identificar os seus talentos natos, desenvolvidos muitas vezes em várias gerações e consolidados geneticamente em seu DNA. Desta forma, com maior autonomia e liberdade de expressão, deixam de ser coadjuvantes para posicionarem-se em condição ativa nos negócios da empresa familiar.

Curso está dividido em três encontros presenciais
Izabel explica que o curso é presencial e possui carga horária de 24 horas, sendo três encontros com duração de oito horas cada um. “No primeiro encontro visamos aprimorar a competência interpessoal, por meio do autoconhecimento, para realizar as interferências necessárias e melhorar o relacionamento das pessoas que estão envolvidas nos negócios na empresa familiar. Nele são abordados conteúdos como o papel da mulher nos negócios e na família, comunicação e competências”, destaca.

No segundo encontro, a fim de compreender os mecanismos econômicos e suas interferências nos negócios, relacionando com o processo de planejamento das atividades e suas nuances na empresa familiar, a aprendizagem se dá em torno da história da mulher, noções de economia, políticas públicas para a agricultura e planejamento.

E no terceiro encontro, os conteúdos abordados dizem respeito ao processo de sucessão familiar e como fazê-lo, conflitos e governança nas empresas familiares. “Neste último encontro, iremos otimizar os negócios da empresa familiar, considerando os aspectos relacionados ao processo sucessório em um cenário cada vez mais globalizado e competitivo, potencializando as relações da família, negócio e patrimônio”, esclarece.

Ministrante do curso, Izabel é Bacharel em Administração de Empresas, com especialização Gestão de Cooperativas, Formação Pedagógica para o Ensino Técnico e Controle da Qualidade de Produtos de Origem Animal. Instrutora do Senar-RS no Programa Mulheres em Campo desde 2018, com formação de mais de 500 mulheres, também possui experiência como instrutora do Senar-RS RS desde 2004 nas áreas de empreendedorismo, gestão e agroindústria. Presta consultorias e assistência técnica para produtores de leite e de grãos, em programas para prefeituras, associações e cooperativas e é professora no Curso Técnico em Agropecuária da Setrem.

As turmas para o curso são compostas por até 20 participantes. Mais informações podem ser obtidas na Unitec, pelo telefone/WhatsApp (55) 3535-2052 ou pelo e-mail [email protected].
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação


há 4 anos

Assembleia da Unitec será no dia 19 de março

Assembleia da Unitec será no dia 19 de março

No dia 19 de março, a Cooperativa de Trabalho dos Técnicos do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unitec) realizará a Assembleia Geral Ordinária. O encontro, na modalidade virtual, iniciará às 19 horas.

O presidente da cooperativa, Marcelino Colla, afirma que na ordem do dia estarão a prestação de contas dos órgãos de administração, referente ao exercício 2020, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo relatório da gestão, balanço geral do exercício 2020 e demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade e o parecer do Conselho Fiscal.

Também será abordado sobre a destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade. Haverá, ainda, eleição e posse dos integrantes do Conselho de Administração e dos integrantes do Conselho Fiscal, além de assuntos gerais de interesse da cooperativa.

A participação e votação ocorrerão por meio do sistema eletrônico, na plataforma Google Meet, e a a votação será efetuada pelo chat ou por aclamação.

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Imagem: Divulgação