há 2 anos

Produção artesanal de conservas de hortaliças proporciona alimentos saudáveis e geração de renda

Produção artesanal de conservas de hortaliças proporciona alimentos saudáveis e geração de renda

Onze participantes aprenderam e se qualificaram sobre métodos de conservação dos alimentos e processamento de hortaliças, bem como produção de conservas, derivados de tomate e temperos, no curso de Processamento de Hortaliças do Senar-RS.

A capacitação ocorreu nos dias 9, 10 e 11 de novembro em Três de Maio, e foi ministrada pela instrutora e associada da Unitec, Izabel Cristina Dalemolle. A profissional explica que o processamento de hortaliças compreende a eliminação das partes não comestíveis, como cascas, talos e sementes, seguidas pelo corte em tamanhos menores, tornando-as prontas para consumo imediato e mantendo sua condição de produto in natura.

Segundo Izabel, há muito tempo o homem procura formas de conservar seus alimentos. A conservação pelo frio, pela salga, pela defumação, pelas fermentações e pela secagem ao sol, embora sejam processos muito antigos, ainda são bastante usados para a preservação de alimentos.

“A conservação de alimentos com qualidade e segurança, independentemente de o processamento ser artesanal ou industrial, baseia-se em três fatores principais: qualidade da matéria-prima, uso de tecnologia adequada e manipulação correta. Na elaboração de conservas vegetais, devem ser tomados todos os cuidados para que o produto final não apresente riscos de deterioração ou perigo à saúde do consumidor. Sendo assim, é de fundamental importância a utilização de matérias-primas de qualidade e a adoção de boas práticas de fabricação (BPF), além da estrita obediência de todas as etapas de elaboração do produto”, destaca a associada da Unitec.

Ela acrescenta que o preparo de conservas caseiras é uma tradição antiga, e incentivar o retorno desta prática resgata a qualidade de vida por meio do consumo de alimentos naturais e saudáveis, sem aditivos químicos. E também é uma forma de aproveitar a abundante variedade de vegetais produzidos nas propriedades. “Outro aspecto a observar é que a comercialização de vegetais processados, frutas e legumes, vem aumentando no mercado brasileiro, pois os consumidores buscam cada vez mais produtos prontos para o consumo devido à praticidade e conveniência.”

O curso de Processamento de Hortaliças foi realizado em parceria com a Secretaria da Mulher e com a Secretaria da Agricultura locais, via Sindicato Rural de Três de Maio. A coordenadora de desenvolvimento agropecuário da Secretaria Municipal de Agricultura, Yandara de Almeida, destaca que é sempre muito gratificante organizar e mobilizar uma turma para todos os cursos que a instrutora Izabel ministra.

“O aproveitamento e o entrosamento das participantes é muito bom, pois elas se dedicam e executam as receitas com atenção às técnicas e truques ensinados. O curso de processamento de hortaliças é a parceria perfeita para a Secretaria de Agricultura, pois sempre vemos nele a oportunidade de as participantes produzirem e comercializarem aquelas hortaliças e legumes que até então eram plantados apenas para subsistência. Os produtos que elas processaram durante o curso foram ‘de encher os olhos’. Esperamos que mais mulheres do campo possam realizar estes cursos e aprender formas de gerar e diversificar renda dentro da propriedade.”

A secretária de Políticas da Mulher, Noemi Marlene Bubanz, além de organizar, também participou da capacitação. Ela diz que conhece o trabalho do Senar-RS há algum tempo. “Após me aposentar, passei a participar dos cursos. Já havia feito alguns, que me ajudaram a conhecer melhores formas de higienização e métodos de conservação, além de técnicas de processamento de compotas, doces em calda e geleias. E isso promove melhorias na produção. Importante destacar o trabalho dos instrutores, sempre competentes e dedicados, especialmente a Izabel, que neste curso de processamento de hortaliças transmitiu os conhecimentos com muito profissionalismo e entusiasmo”, avalia Noemi.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Fotos: Divulgação


há 2 anos

Como aumentar o faturamento diminuindo perdas em unidades armazenadoras?

Como aumentar o faturamento diminuindo perdas em unidades armazenadoras?

As perdas com o armazenamento de grãos, sejam soja, milho, trigo ou arroz, são uma preocupação genuína do produtor a cada safra. As principais causas que afetam tais perdas nos grãos armazenados são insetos, fungos e suas microtoxinas.

A explicação é do Engenheiro Agrônomo e de Segurança do Trabalho César Moutinho, associado da Unitec. Ele esclarece que a contaminação ocorre durante o processo de produção, ainda na lavoura, durante o armazenamento e também nas etapas de processamento do grão, até chegar à mesa do consumidor.

“Os danos causados por insetos, por exemplo, podem levar à redução da massa dos grãos e da qualidade nutricional, à desclassificação do produto, reduzindo seu valor comercial, favorecendo o desenvolvimento de fungos na massa de grãos. Ou seja, após o aparecimento de insetos no silo, desenvolvem-se fungos, que causam o efeito cascata ao acarretar prejuízos e diminuição de produto por falta de cuidado”, revela.

Moutinho destaca que, para evitar as perdas relacionadas ao armazenamento inadequado da produção, é fundamental que o profissional que atue na área seja treinado, munido de informações e conhecimento. “É essencial que se conheça bem as etapas do processo. Um processo de armazenagem bem conduzido e controlado, deve passar pelo processo de pré-limpeza, secagem, higienização e limpeza, durante e após a operação. Isso faz toda a diferença para evitarmos perda metabólica no grão armazenado e o consequente prejuízo direto ao produtor.”

Visando diminuição de perdas, neste momento com a safra de trigo em andamento, Moutinho está ministrando o curso de secagem e armazenagem de grãos para cooperativas, cerealistas, armazenistas, produtores rurais com unidades próprias e demais empresas.

O treinamento aborda conteúdos como características morfológicas, físico-químicas e fisiológicas dos grãos; ponto de colheita; fatores que afetam a fissura e quebra de grãos; recebimento, determinação de umidade e impurezas, amostragem; umidade: equilíbrio higroscópico, umidade relativa do ar; secagem: conceitos, princípios e métodos; tipos de secadores: fluxo da secagem, aeração; pré-limpeza e práticas de secagem; beneficiamento: importância, limpeza, classificação dos grãos, transportadores, manutenção; armazenamento: fatores que afetam; armazéns convencionais; armazenamento a granel: secagem, limpeza e controle de insetos e roedores e regras de segurança operacional.

Filho de produtor rural, Moutinho atua no setor de secagem e armazenagem de grãos há 43 anos, sendo instrutor do Senar-RS há 22. “É fundamental que o trabalhador faça o acompanhamento diário, monitorando o grão e mantendo cuidados com o silo e/ou armazém no que se refere a goteiras e infiltrações, bem como limpeza e higienização. Isso tudo leva a uma maior qualidade do grão armazenado. São ações inerentes à atividade”, completa Moutinho.

Além disso, ele explica que é necessário conhecimento da atividade para evitar perdas, pois ninguém faz o que desconhece. “O produtor rural deve cuidar dos grãos armazenados tal como um banqueiro cuida de seu cofre”, finaliza.

Interessados em contratar as capacitações de Moutinho podem contatar a Unitec pelo telefone/WhatsApp (55) 3535-2052.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação


há 2 anos

A importância da genética na produção de leite

A importância da genética na produção de leite

Qual a verdadeira importância da genética na produção leiteira atualmente? Para responder esta pergunta, o médico veterinário Marcos Souza de Freitas, associado da Unitec, destaca que é fundamental relembrar os quatro pilares da produção: alimentação, manejo, sanidade e genética.

“Para sustentar a produção, entendemos que os quatro pilares são importes. Todos com seus graus de importância ou impacto na produção. Esta importância ou impacto serão determinantes na produção seguindo a lei de Liebig, também conhecida como ‘Lei dos Mínimos’, ou seja, a produção será determinada com base no menor dos pilares. Ou seja, não adianta termos um excelente ambiente, boa genética e manejo adequado se a sanidade não for bem-feita, tampouco boa sanidade, boa genética, ambiente correto, mas mal manejo”, contextualiza Marcos.

O profissional explica que a atividade leiteira evoluiu muito no mundo e, na região, não foi diferente. “As vacas melhoraram, assim como o manejo, o trato com os animais, equipamentos e, principalmente, o ambiente. Ao confinarmos as vacas leiteiras estamos provendo alimentação - muito mais adequada às suas categorias, em quantidade e qualidade - e muito mais conforto a estes animais, tanto no sentido de conforto térmico quanto acessibilidade à água e ao alimento”, declara.

E associado a isto, aumentaram os custos de produção, como custos de capital investido, depreciação de maquinário e instalações. Entretanto, conforme Marcos, tem-se verificado produções muito maiores nos tambos atuais na região.

“Atualmente, acompanhamos um crescente investimento em propriedades que saem do sistema a pasto com suplementação para sistemas confinados de free-stall ou compost barn. Sem entrar no mérito das motivações, que vão desde a dificuldade com a mão-de-obra ao preço da terra, este é um movimento que acreditamos que deva continuar, cada vez mais intenso”, afirma.

O associado da Unitec diz que a viabilidade de cada sistema é multifatorial, pois pode estar ligada à idade do produtor, sucessão familiar, tamanho da área disponível, capacidade de gerenciamento, e por aí vai. Difícil afirmar qual mais viável, pois existem vários exemplos de produtores bem-sucedidos nos diversos sistemas.

“A genética tornou-se muito mais importante quando colocamos as vacas em sistemas que fornecem mais conforto e bem-estar a elas. Vacas com um baixo nível genético vão expressar pouca produção, mesmo em ambientes excelentes. Vacas com um médio nível genético não conseguirão atingir excelentes produções neste ambiente excelente”, revela o veterinário.

Ele segue, acrescentando que, para o produtor ter excelentes produções, é preciso ter vacas com alto nível genético. “E são estas excelentes produções que darão a sustentabilidade do negócio. Investir em alimentação com híbridos corretos, concentrados balanceados, galpões bem construídos e vacinas adequadas com vacas ruins ou medianas não trarão os resultados esperados”, pontua.

Segundo Marcos, prova de touros, acasalamentos dirigidos, avaliação genômica, controle leiteiro, classificação linear e registros nas associações de raças são instrumentos que permitem a identificação e seleção de animais melhores. “A inseminação artificial, o sêmen sexado, a ultrassonografia, programas de balanceamento de dietas e aplicativos de gerenciamento de rebanho são ferramentas disponíveis para todo produtor hoje em dia. E, sobretudo, uma boa assistência técnica. Devemos evoluir como um todo para o sucesso das propriedades. A evolução parcial pode não nos levar onde queremos chegar”, finaliza.

Marcos é especialista em Bovinocultura de Leite e atua com assistência a produtores de leite desde 1994. Na região desde 2000, trabalhou com produtores associados a uma cooperativa local e atualmente presta esta assistência de forma particular. Produtor de leite desde 2004, hoje conta com um rebanho de 50 vacas em produção, na propriedade onde reside em Santa Rosa, e é associado da Unitec há um ano.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação


há 2 anos

Outubro Rosa: prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres de mama e de colo do útero

Outubro Rosa: prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres de mama e de colo do útero

Estamos em outubro, mês em que é celebrado o Outubro Rosa, campanha de conscientização com o objetivo principal de alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.

No Brasil, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama ocorrem desde 2002, mas foram instituídas por lei federal apenas em 2018. E, a partir de 2011, ocorrem campanhas sobre o câncer de colo do útero em diversos estados. A publicidade adotou o tom rosa como motivador das campanhas.

Durante este mês, diversas instituições públicas e privadas disponibilizam exames gratuitos ou com preço reduzido, a fim de encorajar as mulheres a realizar esses exames e tratar qualquer problema encontrado precocemente, visto que, nos estágios iniciais, o câncer de mama é assintomático e responde muito melhor aos tratamentos.

A enfermeira Katia Marx, associada da Unitec, traz a informação de que o câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres do mundo inteiro, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma. De todos os novos casos a cada ano, cerca de 25% são câncer de mama.

“O Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem altas chances de cura quando descoberto cedo. Mesmo assim, grande parte dos diagnósticos acaba sendo tardio. E embora a camapnha seja focada no câncer de mama, muitas instituições aproveitam o mês também para falar sobre outras neoplasias que podem ocorrer no aparelho reprodutor feminino, como o câncer de ovário ou do colo do útero”, acrescenta.

Fatores de risco para o câncer de mama
O câncer de mama é o segundo câncer que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete o tecido mamário e aparece quando há uma mutação genética em alguma célula, que causa a multiplicação desenfreada de células anormais. Tal multiplicação forma um tumor que pode crescer muito rapidamente, mas também pode ter um curso lento.

“Alguns fatores podem influenciar as chances de desenvolver o câncer, como ter menstruado precocemente, não ter filhos, ter engravidado pela primeira vez após os 30 anos, não ter amamentado, ter feito reposição hormonal, entre outros. Fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida, como a obesidade, a exposição frequente à radiação, sedentarismo, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e casos na família também são fatores de risco para a doença”, destaca Katia.

A importância da mamografia e do autoexame
Para que haja maiores chances de cura, o tumor deve ser identificado precocemente. Exames como a mamografia, que deve ser feita frequentemente a partir dos 40 anos, são imprescindíveis para a descoberta de um câncer que pode ser tratado rapidamente.

“Na mamografia, o câncer pode ser detectado em suas fases iniciais, antes mesmo de apresentar qualquer sintoma. Isso porque utiliza a radiação para conseguir criar imagens de dentro da mama, podendo revelar a presença de tumores ainda muito pequenos”, explica a enfermeira.

“E apesar do autoexame das mamas ser muito divulgado, ele detecta alterações em estágios mais avançados, geralmente maiores que dois centímetros, enquanto a mamografia é capaz de detectar alterações e tumores menores que um centímetro, em estágios mais iniciais, aumentado as chances de cura. Por isso, o autoexame não dispensa a mamografia, que é uma radiografia das mamas capaz de detectar alterações precoces”, enfatiza Katia.

O exame realizado como método preventivo deve ser feito a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos de idade, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ou anualmente a partir dos 40 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. “É importante ressaltar que algumas mulheres que se encaixam entre os grupos de risco, tendo maior predisposição, necessitam realizar o exame com mais frequência ou em idade mais precoce”, alerta.

Passo a passo do autoexame das mamas
Embora a mamografia seja o método mais indicado para detectar o câncer, o autoexame também é importante. Conforme Katia, o autoexame deve ser feito uma vez ao mês, cerca de três a cinco dias após o primeiro dia de menstruação, pois nessa época a mama está menos inchada e dolorida, facilitando a detecção de qualquer alteração.

Já nas mulheres que não menstruam mais, o exame deve ser feito em uma data fixa todo mês. “O exame precisa ser feito sem blusa e sem sutiã, para que não haja interferência do tecido, preferencialmente em frente ao espelho ou deitada, buscando a presença de caroços, alterações na pele ou no bico do seio, secreções das mamas ou saliências”, ressalta.

Katia orienta os passos para fazer o exame:

Na frente do espelho

1. Com os braços caídos e relaxados, observe os seios;

2. Levante os braços e observe-os novamente;

3. Coloque as mãos na cintura, fazendo pressão, e observe-os mais uma vez.

“Estas três maneiras de observar os seios servem para perceber se há alterações visualmente perceptíveis, como diferenças no tamanho, forma e cor das mamas, além de inchaços, depressões na pele, saliências ou rugosidades”, diz.

Palpação

1. Levante o braço esquerdo, colocando a mão para trás da cabeça;

2. Com a mão direita, apalpe cuidadosamente a mama esquerda, fazendo movimentos circulares, convergentes para o mamilo, para cima e para baixo;

3. Pressione o mamilo suavemente;

4. Repita o processo na mama direita.

“A palpação deve ser feita com os dedos das mãos juntos e esticados, com movimentos circulares e de cima para baixo em toda a mama, indo em direção às axilas. Depois, é indicado pressionar o mamilo para conferir se não sai nenhuma secreção. Se você sentir alguma coisa diferente, confira se não há a mesma coisa na outra: às vezes os seios possuem algumas texturas que confundem, mas se estiver presente nas duas mamas, provavelmente não é nada com o que se preocupar”, afirma.

Sintomas além do ‘caroço’
Sentir um nódulo nas mamas é o que muitas acreditam ser o único sinal do câncer de mama. Embora a doença seja geralmente assintomática nos primeiros estágios, enquanto o tumor é pequeno, à medida em que o câncer se desenvolve vão surgindo outros sintomas, de acordo com a enfermeira.

Ela cita as alterações no formato ou no tamanho da mama; pele com aspecto anormal, semelhante à casca de laranja; vermelhidão, calor e dor no caso de câncer de mama inflamatório; feridas e crostas na pele do mamilo (bico do seio); inversão do mamilo/mamilo afundado; e liberação de secreções ou sangue pelo mamilo.

“O Outubro Rosa, atualmente, é uma ação mundial e de grande impacto, que leva informação, assistência e amparo às mulheres, de modo a prevenir, tratar e acompanhar cada caso. Estudos mostram que mulheres que enfrentam a doença com fé e otimismo respondem melhor ao tratamento. Junte-se à causa e ajude mais mulheres a terem essa consciência”, finaliza Katia.


Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação


há 2 anos

Desafios no manejo de bezerras e novilhas

Desafios no manejo de bezerras e novilhas

Os primeiros passos na criação de bezerras repercutirão na fase adulta da vaca leiteira. Por isso, os cuidados nos primeiros 60 dias de vida das bezerras são essenciais, já que contribuirão para um animal adulto de qualidade e longevidade.

E quais são os maiores desafios na criação de bezerras e novilhas? A zootecnista Djenifer Raquel Eichelberger, associada da Unitec, explica que, nas bezerras, se concentram nos primeiros dias de vida, quando elas ainda não possuem imunidade para se defenderem de agentes patogênicos que levam a doenças e causam grandes perdas no sistema de criação. Já maiores, as novilhas devem ser acompanhadas para que não entrem em idade reprodutiva subnutridas ou sobrepeso para evitar problemas reprodutivos e produtivos.

Segundo a profissional, o produtor precisa ter em mente que as bezerras e novilhas serão as futuras vacas, e, por isso, os cuidados com elas devem começar antes mesmo do nascimento, no período pré-parto da vaca. “Tratando-se dos manejos diretamente relacionados às bezerras, devemos garantir que logo tenham acesso ao colostro materno, de boa qualidade e na quantidade adequada, de no mínimo 10% do seu peso vivo na primeira mamada, e que isso ocorra em até duas horas para máximo aproveitamento das imunoglobulinas do colostro”, destaca.

Djenifer complementa que, após o primeiro dia de vida da bezerra, é importante fornecer o chamado leite de transição, ou seja, aquele leite após o colostro até a sexta ordenha pós-parto, e depois, até a desmama, o leite integral da vaca ou um sucedâneo de boa qualidade, na quantidade de pelo menos seis litros, fracionado em duas mamadas, reduzindo gradualmente dias antes da desmama.

“Também é importante utilizar iodo 10% no umbigo por pelo menos cinco dias, até secar por completo, evitando, assim, que ocorra entrada de bactérias ou outros patógenos pelo local. Logo no primeiro dia de vida podemos começar a fornecer ração, própria para a bezerra, e água, assim também como o feno na segunda ou terceira semana de vida, fazendo com que seja estimulada a ruminar desde cedo e ocorra um melhor desenvolvimento das papilas ruminais. Fazer um acompanhamento do peso e desenvolvimento corporal das bezerras e novilhas é essencial, pensando em termos uma boa vaca no futuro, já que animais subnutridos demoram mais a entrar no cio e retardam a idade a primeira cria, assim como no caso de animais muito gordos, que acabam tendo dificuldade de emprenharem”, aconselha a zootecnista.

Manutenção da saúde das bezerras e novilhas
De acordo com Djenifer, cuidados sanitários, relacionados às vacinações e controle de endo e ectoparasitas, devem receber atenção especial para evitar que os animais adoeçam e tenham problemas no seu desenvolvimento. A higiene do ambiente que os animais ficam também deve receber cuidado especial, principalmente no caso das bezerras, que são mais suscetíveis às doenças que podem estar e se desenvolver no ambiente sujo.

“Podemos pensar em formas para enriquecer o ambiente em que esses animais ficam, a fim de proporcionar maior bem-estar. O uso de escovas, garrafas pet penduradas ou bolas faz com que as bezerras interajam com os objetos parte do tempo, diminuído o estresse de estarem confinadas, principalmente se tratando de animais em baias individuais. Elas possuem hábitos gregários, e mantê-las em duplas ou grupos maiores também garante que tenham melhor bem-estar”, acrescenta.

A zootecnista lembra que entre os primeiros 15 a 20 dias é essencial que os animais fiquem em baias individuais por terem seu sistema imunológico mais deprimido, e somente depois deste período serem colocados em baias coletivas, sempre com animais de idade semelhante.

Associada da Unitec desde junho deste ano, Djenifer atua junto à Secretaria Municipal do Agronegócio e Meio Ambiente de São José do Inhacorá, prestando assistência técnica aos produtores de leite do município.
 

Texto e fotos: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999