Sair de uma relação de trabalho CLT e começar a trabalhar de forma terceirizada, sem salário fixo e nem horários determinados. A remuneração viria de acordo com a produção, ou seja, da quantidade de trabalho realizado.

Este é um dos fatos que a sócia-fundadora da Unitec, Izabel Cristina Dalemolle, relembra da época da formação da cooperativa, em 1996. “Seria uma relação de trabalho diferente. Foram realizadas várias reuniões, pois existiam muitas dúvidas com relação à segurança jurídica do serviço terceirizado. Com certeza, o que mais marcou nesta época foi a união do grupo para permanecer juntos.”

Izabel diz que é preciso ressaltar que a atuação do primeiro presidente da Unitec, Denilso Rosalvo Fagon Zanon. “Ele foi determinante como liderança do grupo, pois estimulou a participação de todos no processo, considerando que todos eram importantes. Foi a partir daí que iniciamos uma cooperativa de trabalho que atende aos princípios do cooperativismo.”

Quando a Unitec foi fundada, Izabel trabalhava como secretária da cooperativa. Em 1998, dois anos após, teve a oportunidade de trabalhar como técnica em agropecuária, quando o presidente da cooperativa, Ari Luiz Benedetti, a auxiliou na tomada de decisão. “Foi uma oportunidade de adquirir experiência com extensão rural, fazendo visitas nas propriedades, reuniões e eventos técnicos, tanto para produção de leite como de grãos”, recorda.

Mais tarde, em 2004, ela participou da seleção de instrutores do Senar-RS, juntamente com a associada Sandra Simone Callegaro Hatje. A partir daí, iniciou os trabalhos com treinamentos na área de agroindústria, gestão e empreendedorismo.

“Quando fundamos a Unitec, eu era a única mulher do grupo. Hoje somos 48 associadas. Fui uma das primeiras técnicas que trabalhou com assistência técnica para produtores na região. É bom ver que as mulheres estão cada vez mais atuantes em um mercado de trabalho em que antes predominavam os homens”, destaca.

Desde 2018, Izabel faz parte da diretoria da Unitec, como diretora primeira secretária. “Participei da diretoria executiva durante vários mandatos, atuando junto com os presidentes Denilso Zanon, Ari Luiz Benedetti e Marcelino Colla. Neste momento de pandemia também passamos por transformações e adaptações, que foram trabalhadas em conjunto com a diretoria, equipe administrativa, conselhos e associados. Posso dizer que durante todos estes anos eu soube aproveitar as oportunidades que surgiram e a confiança que os colegas da Unitec depositaram em meu trabalho.”

‘Ser associada da Unitec exige estar em movimento, estudando e trocando experiências’
“Nesta caminhada de trabalho de mais de duas décadas, muitos foram os quilômetros rodados em dias ensolarados e outros chuvosos. Lugares diferentes em todo o Estado no decorrer desta história, pessoas com costumes e tradições, iguais e diferentes das minhas. E isso é uma fonte riquíssima de crescimento pessoal e profissional”, observa.

Bacharel em Administração de Empresas com especialização em Controle da Qualidade de Produtos de Origem Animal e Vegetal, Gestão de Cooperativas, Formação Pedagógica para Docentes da Educação e MBA Educação Híbrida, Metodologias Ativas e Gestão da Aprendizagem, Izabel é instrutora do Senar-RS, ministrando treinamentos nas áreas de agroindústria (Processamento de Frutas, Hortaliças e Produção de Derivados do Leite), gestão e empreendedorismo (Programa Mulheres em Campo).

Também presta consultorias e assistência técnica para produtores de leite e grãos, em programas para prefeituras, associações e cooperativas e é professora no curso Técnico em Agropecuária da Setrem, nas disciplinas de administração, economia e empreendedorismo, elaboração de projetos, tecnologia de processamento de produtos de origem animal e vegetal.

Para ela, o sentimento por ter feito parte da formação da cooperativa e permanecer até hoje integrando o grupo é de gratidão. “Sou grata por desenvolver toda minha vida profissional na Unitec. Ser associada desta cooperativa exige estar em movimento, estudando e trocando experiências, sempre se preparando para as oportunidades que surgem no decorrer da vida profissional. É uma oportunidade de trabalhar com interdisciplinaridade, ou seja, são várias especialidades, comportamentos, atitudes e modo de pensar diferentes. Agora, com a intensificação do uso de comunicação tecnológica, foi possível interagir com os associados mais distantes. É importante ter habilidade para lidar com essas diferenças e é fantástica a aprendizagem que isso proporciona”, finaliza Izabel.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Fotos: Divulgação