A cerca elétrica é uma solução simples e rápida para a propriedade rural, constituindo alternativa de menor custo. E, ao contrário do que se possa pensar, deve ser instalada seguindo rigorosamente as normas e utilizando eletrificadores certificados pelo Inmetro.

Este equipamento deve ter seu dimensionamento baseado além da distância a ser percorrida pela cerca no raio de atuação do eletrificador, já que ele se baseia na barreira psicológica para cercamento de animais e estes só irão sentir o choque se receberem do condutor da cerca a descarga do eletrodo de fase e se estiverem com diferença de potencial, que é garantida através do eletrodo de neutro, que é o aterramento instalado junto ao aparelho de choque.

A explicação é do engenheiro de segurança do trabalho e engenheiro eletricista Rodrigo Diogo Dahmer, associado da Unitec. Ele, que é instrutor do Senar-RS, afirma que a norma que rege a instalação de cercas elétricas urbanas e/ou rurais é a ABNT NBR IEC 60335-2-76, que trata da segurança de eletrificadores de cerca e requisitos específicos para estes aparelhos.

“No Brasil ainda possuímos uma lei que rege a instalação de cercas, que é a Lei 13.477/2017, que disciplina a instalação de cercas elétricas na zona rural e nas cidades. Esta lei estipula, dentre outras condições, que a altura mínima do primeiro condutor em relação ao solo deverá ser compatível com a finalidade a que se destina a cerca, bem como a instalação de sinalização de advertência do equipamento e doutrina que o equipamento somente poderá emitir choque pulsante em corrente alternada com baixa corrente que não seja mortal”, acrescenta.

Conforme o profissional, as intervenções em instalações elétricas devem ser precedidas de uma prévia análise de riscos para pontuar eventuais perigos que existam para a execução das tarefas. “Toda instalação elétrica de baixa tensão deve seguir rigorosamente o preconizado na ABNT NBR 5410, a fim de garantir o correto funcionamento das redes elétricas, bem como garantir segurança aos usuários. O objetivo da manutenção da instalação elétrica é corrigir uma falha e/ou falta de capacidade de funcionamento da rede. E além dos procedimentos de trabalho, é necessário utilizar materiais com qualidade certificada”, destaca.

Eventos do Senar-RS fornecem conhecimento técnico necessário para o trabalho no campo
Rodrigo reside em São Luiz Gonzaga, é engenheiro de segurança do trabalho, engenheiro eletricista e técnico em edificações. Possui experiência em projetos elétricos e de prevenção, e formação e capacitação em treinamentos de segurança do trabalho conforme exigência do Ministério do Trabalho.

Instrutor do Senar-RS desde o início deste ano, o profissional está habilitado a ministrar os cursos Eletricista Rural, Instalação de Motores Elétricos e Cercas Elétricas, e a palestra Segurança na Atividade Rural.

Ele explica que no curso Eletricista Rural transmite conceitos básicos de eletricidade, corrente contínua e corrente alternada, tensão, potência, frequência, e aborda todos os passos para a correta realização de instalação elétrica residencial desde a entrada de energia até a realização dos circuitos terminais. 

“Dentre os principais tópicos do curso, destaco a importância de dimensionar corretamente os disjuntores e condutores dos circuitos presando pelas boas práticas de instalação e garantindo segurança aos usuários. Outros tópicos abordados são a instalação de outros dispositivos de proteção com Dispositivo Protetor de Surto (DPS) e Interruptor ou Disjuntor Diferencial Residual (IDR/DDR)”, diz.

O curso Instalação de Motores Elétricos aborda tópicos dos conceitos básicos de eletricidade e aprofundado na instalação de motores elétricos. São analisadas as características construtivas das máquinas monofásicas e trifásicas, interpretação de placa de identificação e seleção de partidas. Segundo ele, o curso teórico-prático é finalizado com a instalação das chaves de partida dos motores.

E o curso Cercas Elétricas tem em seu conteúdo programático as características da cerca elétrica e seus componentes: eletrificadores, isoladores, tramas e moirões, fios e arames, porteiras, para-raios, voltímetros, chave conectora de rede. Também é tratado sobre o princípio básico de funcionamento da cerca elétrica, construção e manutenção, bem como perda de voltagem e carregamento das baterias.

Rodrigo acrescenta que o treinamento também envolve conhecimentos sobre custos na construção da cerca elétrica e esquema de construção de potreiros com cerca elétrica. E há prática de montagem da cerca elétrica, aterramento, instalação de para-raios e porteiras, teste de cerca elétrica com animais e visita técnica em propriedade com cerca já implantada.

Já a palestra Segurança na Atividade Rural aborda a segurança no trabalho nas atividades rurais, desde o manejo com animais, máquinas e equipamentos, até as possíveis interações com eletricidade (NR 10), combustíveis e inflamáveis (NR 20), defensivos agrícolas (NR 31), trabalhos em silos, armazéns, túneis com características de espaço confinado (NR 33) e trabalho com diferença de nível (NR 35).

Interessados em participar dos cursos devem procurar o Sindicato Rural de seu município ou região.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Fotos: Divulgação