A soja, principal cultura de verão no Estado, encontra-se, atualmente, em estádio reprodutivo - fase em que a planta mobiliza suas reservas aos grãos para reproduzir-se. Já a soja safrinha está sendo semeada e isso deve continuar nos próximos dias, pois é implantada após a colheita do milho safra.

A explicação é do técnico em agropecuária Mateus Abitante, associado da Unitec. Segundo ele, dentre as doenças que acometem a cultura, pode-se destacar que a principal é a ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. A doença inicia pelas folhas inferiores da planta, evoluindo para o terço superior, sendo que as condições ideais para seu desenvolvimento são temperaturas amenas entre 15 e 25ºC, com molhamento foliar de no mínimo seis horas.

“Neste ano, devido à estiagem, estas condições não estão sendo encontradas em campo para o desenvolvimento da principal doença da soja. Porém, outras doenças acabam se desenvolvendo em condições de temperaturas um pouco mais elevadas, aliadas à umidade no ar, como as doenças de final de ciclo, como o crestamento foliar de cercospora (Cercospora kikuchii), a mancha parda (Septoria glycines) e a mancha olho de rã (Cercospora sojina), dentre outras”, afirma.

Mateus destaca que a principal estratégia no controle de doenças da soja é o manejo antecipado. “Quando o limiar de dano econômico for atingido, é fundamental aliar bons manejos fúngicos, mesclando diferentes modos de ação de fungicidas, buscando um efetivo controle e minimizando a possibilidade de desenvolvimento de resistências.”

Sobre a falta de chuvas na região, o profissional comenta que, assim como ocorreu nos últimos anos, a situação afeta o desenvolvimento da cultura da soja e, consequentemente, sua produtividade. “A planta acaba por não conseguir acumular as reservas necessárias para produzir legumes em grandes quantidades, o que faz com que a planta diminua a produção ou até aborte alguns deles para conseguir sustentar e produzir apenas a quantidade possível dentro de suas condições”, explica o associado da Unitec.

Mateus reside em Tuparendi e é Técnico em Agropecuária, formado há três anos no Instituto Federal Farroupilha - Campus Frederico Westphalen. Desde então, ele trabalha com assistência técnica na área agrícola, atuando nas principais culturas da região, como soja, milho e trigo. Ele também é acadêmico de Agronomia na Setrem.


Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação