A exposição dos animais às altas temperaturas e à radiação solar, principalmente no verão, pode ultrapassar a zona de conforto e provocar impactos negativos. No gado leiteiro, por exemplo, o plantel pode sofrer com o estresse térmico, vindo a ter afetadas a produção e a qualidade do leite.

Conforme a médica veterinária Ana Claudia Bamberg, associada da Unitec, nas vacas leiteiras, o estresse térmico por calor acontece quando a capacidade de dissipação de calor é menor do que a produção interna de calor do animal, levando-o a uma condição de hipertermia, fazendo-o sair de sua zona de conforto térmico.

“Os impactos mais visíveis disso são o desconforto do animal, o que, consequentemente, leva a uma redução na eficiência alimentar, gerando diminuição na produção de leite e na composição dos sólidos”, afirma.

Ana explica que, na reprodução, o calor tem interferência, reduzindo a taxa de serviço e de concepção, e na sanidade animal há o aumento da incidência de doenças, principalmente mastite. Também aumenta o risco do leite instável ao alizarol - uma solução de álcool etílico que contém um indicador de pH conhecido como alizarina, cujo teste avalia de forma indireta a estabilidade térmica do leite. 

Nas vacas, atividades como consumo de alimento, produção de leite e locomoção são reduzidos. “Nos animais em sistema de pastejo, o estresse térmico faz com que fiquem muito tempo de pé e procurando abrigo. Logo, comem menos e produzem menos, comprometem a saúde e geram muitos problemas secundários, como problemas de casco, infertilidade e mastite”, acrescenta.

A médica veterinária destaca que, a fim de amenizar os efeitos do estresse térmico, é importante sempre ter cochos de água próximos ao animal. Além disso, no manejo alimentar, aumentar a frequência de tratos por dia e adicionar água e ingredientes úmidos na dieta.

“No sistema de pastejo, é válido adotar pastejo noturno ou nas horas de menor incidência do calor e investir em sombreamento. E nas instalações, se possível, investir em infraestrutura e colocação de aspersores e ventiladores. São medidas que levam a um conforto animal e geram o bem-estar dos animais em produção”, esclarece a profissional.

Ana Claudia trabalha com assistência técnica para a empresa Doceoli Alimentos, na área de qualidade do leite e fomento para as propriedades, além de atuar com assistência técnica de forma particular e também prestar consultoria para o Sebrae e Cotrirosa.


Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação