O Estado vive um surto de dengue. A maioria dos municípios gaúchos apresenta infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Até agora, neste ano, foram confirmados 2.252 casos da doença, sendo 2.031 autóctones, ou seja, contraídos no próprio território de residência. Foi confirmada uma morte por dengue em Chapada e seis outros óbitos estão em investigação por dengue. E 193 municípios gaúchos notificaram casos suspeitos, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde.

“As chuvas, aliadas às altas temperaturas, contribuem para o aumento de um grande vilão: o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e também da febre chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. É que com a união destes dois fatores que os ovos depositados pelas fêmeas do mosquito eclodem, aumentando a proliferação. Assim, os cuidados diários precisam ser reforçados”, destaca a bióloga Marlidiane Klug, associada da Unitec, que trabalha com Educação Ambiental, Licenciamento Ambiental e palestras referentes à temas ambientais, como educação ambiental e desenvolvimento sustentável, meio ambiente e cidadania, cuidados com o meio ambiente, dentre outros.

A profissional alerta para a necessidade de intensificar as medidas de vigilância, principalmente em áreas com surtos recentes de dengue. “O período de maior transmissão de dengue se dá nos meses março e abril devido ao ciclo das chuvas e o tempo necessário para a replicação e disseminação do vírus entre os humanos e os vetores”, acrescenta Marlidiane.

A transmissão da dengue acontece através da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti, sendo que a doença provoca sintomas como dor nas articulações, no corpo, na cabeça, náuseas, febre acima de 39ºC e manchas vermelhas no corpo. “É preciso estar atento aos sinais da doença e procurar a unidade de saúde mais próxima em caso de suspeita”, recomenda.

As picadas pelo mosquito da dengue acontecem geralmente nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde, especialmente nas pernas, tornozelos ou pés. Além disso, a sua picada é mais comum durante o verão, sendo por isso recomendado usar repelentes no corpo e inseticidas na casa, para proteção.

População precisa colaborar para evitar a proliferação do mosquito transmissor
O mosquito Aedes aegypti costuma se proliferar em ambientes úmidos, onde há acúmulos de água parada. “A Secretaria Estadual da Saúde informou que o enfrentamento ao mosquito transmissor da dengue é uma tarefa contínua e coletiva. Por isso, a prevenção da doença pode ser feita com práticas simples que evitam, principalmente, a reprodução do mosquito transmissor, por meio da eliminação de objetos que acumulam água parada, como pneus, garrafas e plantas”, reforça.

Segundo Marlidiane, para garantir uma baixa proliferação do mosquito transmissor e uma proteção mais efetiva, não basta apenas o trabalho dos órgãos públicos. “A comunidade precisa colaborar, aplicando diariamente, em casa, os cuidados básicos. Algumas ações são fáceis de serem colocadas em prática: a principal é evitar o acúmulo de água em objetos. Além disso, é importante não os deixar em áreas externas das residências, usar repelente e ter atenção à qualidade da água nas piscinas também é fundamental (especialmente as de plástico).

A bióloga lista outras dicas para combater os focos do mosquito. “Manter a caixa d’água sempre fechada, encher de areia, até a borda, os potes e vasos de plantas, não deixar a água da chuva acumular em recipientes, manter tampados toneis e barris de água, guardar garrafas de cabeça para baixo, recolher resíduos e utilizar inseticida em locais escuros (perto do chão e nas proximidades de piscina) são ações simples que surtem grande efeito.”

A dengue não é contagiosa. Mas, se o mosquito picar alguém doente, o vírus irá se multiplicar em seu organismo e, quando ele picar uma pessoa sadia, a doença será transmitida. Os sintomas duram em média sete dias, dependendo do estado de saúde do paciente antes de adoecer. Em geral, adultos saudáveis costumam se recuperar da doença em três dias.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação