Associado da Unitec há 19 anos, o engenheiro agrônomo Bruno Luiz Wachter atende produtores rurais no acesso ao crédito rural no que se refere a custeios pecuários, de lavoura e de investimentos, bem como assistência técnica.

Neste momento, em que estão sendo implantadas as lavouras de trigo em todo o Estado, o profissional realiza o acompanhamento do desenvolvimento da cultura. De acordo com Wachter, na região, a implantação do trigo é recomendada no período de 10 de maio até 30 de junho. “Atualmente, as primeiras lavouras implantadas estão em fase de emergência, apresentando ótimas condições de cultivo.”

Neste ano, o cultivo de trigo no Estado, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deverá apresentar um crescimento de 10%, atingindo uma área de 1,023 milhão de hectares.

A implantação das lavouras de trigo segue um calendário recomendado anualmente pelo Zoneamento Agroclimático do Ministério da Agricultura, para cada município dos estados. “Os períodos recomendados para cada município levam em consideração o ciclo das cultivares e os risco de ocorrência de adversidades climáticas nas fases mais críticas da cultura, como temperaturas extremas na fase reprodutiva”, explica o agrônomo.

Por ser uma cultura de cultivo de inverno, o trigo desenvolve-se melhor em climas temperados frios, resistente a geadas durante a fase vegetativa. Conforme Wachter, a fase crítica no cultivo é a reprodutiva do emborrachamento até o florescimento, quando temperaturas próximas a 0°C resultarão em perda total da lavoura.

“Por isso, no momento da escolha do cultivar, deve-se levar em consideração a qualidade tecnológica, sanidade, ciclo, tipo agronômico e, principalmente, o potencial de rendimento na região, tanto na quantidade (kg/ha) como na qualidade (peso específico e/ou outros parâmetros), uma vez que a remuneração do grão leva em conta a qualidade.” Uma das referências para a escolha de cultivares podem ser os ensaios de cultivares, realizados anualmente pela Comissão Brasileira de Trigo, publicado pela Embrapa, com participação dos diversos centros de pesquisa.

Segundo Wachter, existem mercados específicos para algumas cultivares, para uma finalidade industrial como, por exemplo, trigo pão branqueador, que remunera em torno de 10% acima do preço de balcão.

Sobre a produtividade, o profissional destaca que ela vem aumentado na região, com médias em torno de 3.000 kg/ha e com algumas lavouras superando os 4.800 kg/ha. O cultivo também requer muita atenção quanto aos custos da lavoura, pois trata-se de uma cultura com risco de perdas elevadas por adversidades climáticas. Por isso, deve-se considerar o risco de endividamento e assegurar as lavouras (Proagro ou Seguro Rural).

“Embora, na última safra, a remuneração do empreendimento tenha sido muito boa, historicamente o trigo não tem proporcionado ganhos financeiros significativos. Porém, seu cultivo tem ganhos indiretos, como a redução de custos fixos para a propriedade, e proporciona, ainda, uma cobertura do solo durante inverno, o que é indispensável no Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP). Além disso, como cultivo de inverno, o trigo é o que apresenta melhor liquidez”, finaliza Wachter.

 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto: Divulgação