A Fazenda Moema, localizada em São Borja, na região Fronteira Oeste do Estado, atua na criação de gado Angus, cavalo crioulo e ovinos, e está inserindo a agricultura em seu rol de serviços. Tendo como meta a excelência nos produtos oferecidos ao mercado, passou recentemente por uma reestruturação, contando com a marca da Unitec, por meio do trabalho do associado Cristian Felipe Tischer.

Engenheiro agrônomo, Tischer conta que o início de seu trabalho na fazenda se deu em julho de 2019, quando foi consultado por um então colega de faculdade, que solicitou auxílio para realizar um diagnóstico. “Estavam acontecendo alguns problemas na fazenda, que trabalhava com gado de corte em sistema extensivo e ciclo completo, que ia da cria a recria e engorda de bovinos, além da criação de equinos”, relembra.

Na fazenda, o profissional realizou o diagnóstico da situação em que se encontrava a propriedade. “Após analisá-lo, demonstrei interesse de também realizar a execução das melhorias sugeridas. Minha experiência era focada na produção de bovinos de leite, mas mesmo assim os proprietários acataram minhas sugestões e confiaram a mim a execução das devidas melhorias, em um trabalho de dedicação exclusiva, estando na propriedade diretamente para planejar, organizar, direcionar e executar o projeto apresentado”, explica Tischer.

Após diagnóstico, foi realizada a implantação de melhorias na propriedade
Conforme o agrônomo, inicialmente a propriedade foi diagnosticada com problemas sanitários, nutricionais e organizacionais, bem como uma gestão baseada no controle e não na prospecção futura. “Desta forma, juntamente com os proprietários, foi alinhado um projeto de verticalização da produção. Isso demandou um esforço maior nas áreas sanitária e nutricional dos animais da fazenda, onde foi colocada em prática a implantação de protocolos sanitários, assessorados por médicos veterinários, parceiros comerciais e nutricionais, com implantação de pastagens de alta produção e alto investimento.”

Cristian conta que, depois de organizados os sistemas que a fazenda executava, o foco foi a estruturação em um sistema produtivo baseado na recria e engorda dos bovinos, ficando com a parte de cria apenas direcionada a uma pequena escala de produção de Alberdeen Angus Puro de Origem. “Para a estruturação do sistema de produção de recria e engorda foi realizado o investimento em pastagens de maior potencial produtivo, sendo adotada a implantação de 120 hectares de Aruana (panicum maximum), juntamente da correção e preparo do solo destas áreas.”

Após a implantação destas áreas, ocorreu a execução de divisão destas em piquetes de 5 hectares e possibilidade de trabalho em 3 lotes de animais, os quais rotacionam de piquete em cerca de cada 3 dias, alterando para 2 dias em determinados períodos do ano. Tischer acrescenta que, sobre estas áreas, também foi implantado azevém em sobressemeadura e trabalhado com ajuste de lotação animal.

Além da área implantada de Aruana, a propriedade contava com 60 hectares de tifton em área irrigada, que não contava com a adubação necessária. “Então, esta área subutilizada, foi recuperada e passou a fazer parte do sistema de produção de recria em engorda, partindo para uma lotação animal de cerca de 800 cabeças sobre 200 hectares da fazenda.”

Fazenda realizou investimentos importantes
Junto aos investimentos realizados para alavancar a produção, Cristian ressalta que a fazenda também apostou em sistemas de controle, que geram dados, que depois de tabulados se tornam informação para a tomada de decisão.

“Dentre estes investimentos então a implantação de plataforma de gestão, identificação de animais por RFDI e brinco de manejo, calendarização de controle sanitário e implantação de balança eletrônica para o controle de ganho de peso de forma ágil, que facilita e torna preciso os dados. Montado o sistema de produção de recria e engorda, passamos a ter uma sobra de área disponível, resultado da verticalização da produção”, destaca.

A propriedade, que desempenha todos os projetos e manejos baseados na preservação da biodiversidade e preservação de fauna e flora nativa do local, conta com área total de 492 hectares, sendo 425 agricultáveis. Destes, 225 hectares são utilizados para pecuária e 200 hectares estão sendo preparados para a implantação de lavouras, baseada inicialmente na produção de soja, com perspectiva futura de implantação de trigo e demais culturas que possam compor sistemas de rotação de cultura. Segundo o agrônomo, neste ano, o projeto inicial é trabalhar com 75 hectares para agricultura e ir realizando aumento gradativo das áreas.

Os funcionários da fazenda também participaram de treinamento, por meio de parceria com Sindicato Rural de São Borja e Senar-RS, em assuntos como cercas elétricas, fundamentais para implantação do sistema de pastejo rotacionado.

Além do trabalho do associado da Unitec, como gestor e auxiliar das atividades, a fazenda conta com mais dois funcionários que se dividem entre as funções de tratorista e campeiro, sendo um responsável pela parte de máquinas e outro com o manejo do gado. Ambos se auxiliam nas atividades e também executam práticas de manutenção da fazenda, contando com o auxílio de diaristas em períodos de maior demanda de trabalho.
 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Fotos: Divulgação