A mistura de agrotóxicos no tanque do pulverizador é uma prática comum realizada pelos agricultores com o objetivo básico de reduzir custos. Isto porque, com uma aplicação, pode-se atingir mais de um alvo, como pragas e doenças na lavoura cultivada.
A explicação é do engenheiro agrônomo Celso Prevedello, associado da Unitec. Segundo ele, se esta prática não fosse realizada, o produtor rural teria que aplicar cada produto individualmente, gerando mais gastos e amassamento da cultura.
“Um estudo realizado pela Embrapa constatou que 97% dos agricultores brasileiros realizam a mistura de agrotóxicos em tanque. Basicamente, consiste em se misturar mais de um agrotóxico, adjuvante e às vezes um adubo foliar no mesmo tanque. Existem casos em que são usados até dez produtos misturados no tanque. Normalmente chamamos esta mistura de calda”, revela.
De acordo com o profissional, a Instrução Normativa nº 40, de 11 de outubro de 2018, criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e assinada pelo então ministro da pasta, Blairo Maggi, autoriza a mistura em tanques, determinando competências aos engenheiros agrônomos e sua prescrição em receituário agronômico.
“Quando se faz mistura de produtos, podem ocorrer três situações: efeito aditivo, efeito sinérgico e efeito antagônico. Por isso, ao preparar a calda, o produtor precisa conhecer as características físico-químicas da água que será utilizada na mistura, bem como o pulverizador, especialmente o sistema de agitação, e o modo de ação e a formulação dos produtos que serão usados; realizar a pré-mistura, obedecer a ordem de adição dos produtos no tanque e usar adjuvantes que auxiliam na fluidez da calda”, destaca.
O associado da Unitec acrescenta que a maioria dos produtores rurais ainda não sabe fazer as misturas corretas. “Este é um assunto que carece de mais informações na bula do produto e, principalmente, a consulta aos engenheiros agrônomos especialistas no assunto. E é muito importante, pois cabe salientar que uma mistura de tanque feita de forma errada pode resultar em grandes prejuízos econômicos ao produtor rural.”
Celso Prevedello é associado da Unitec há 24 anos. Engenheiro agrônomo há 30 anos, é especialista em Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos e atua como consultor agrícola particular para cooperativas, revendas e propriedades rurais em tecnologia de aplicação de agrotóxicos, é consultor Pulvetech e também instrutor do Senar-RS em cursos de Aplicação Correta e Segura de Defensivos Agrícolas - NR-31, Produção de Hortaliças Básico, Produção de Hortaliças em Estufas (Construção e Manejo) e Apicultura.
Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
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